sexta-feira

CANSADO

Estou cansado
do mesmo pingüim na geladeira,
dos mesmos tombos,
da mesma bebedeira.
Estou cansado
de me olhar no espelho
sem conseguir me enchergar...

Cansei de correr pela noite
do Jô como açoite
apontando a minha solidão.
Cansei de acreditar
em gente,
cansei de ser gente.

No fundo o que sei
é que parei de guerrear
como último moicano
em noites de lua
lutando para se provar vitorioso
ou mesmo para
se mostrar corajoso.

Não mais acredito,
não mais sonho,
não mais desejo.
Fui escravo de minhas crenças,
fui dominado por minhas ideologias.
Com isso estou cansado
como um papagaio
velho e engaiolado,
estou cançado,
como um poeta
jovem e mal amado.



Tiago Bottino

2 comentários:

davi disse...

eu gostei dessa poesia muito linda um abraço e que o senhor continue ti abençoando um abraço

Leandro disse...

Muito boa! Parabéns!

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